Analise social, economica e historica das reservas extrativistas da Amazonia: lutas e trajetorias/Historical, social and economic pictures of extractive reserves of the Amazon: between fight and recognition.
IntroducaoO conceito de Reserva Extrativista (Resex) institucionalizado no Brasil, tem grande ligacao com processo historico de conflitos no campo (Alegretti, 1994). Alguns autores que estudam sobre as unidades de conservacao e seus impactos ambientais e sociais apontam a necessidade da criacao desse instrumento de ordenamento territorial que se apoiou na luta dos povos da floresta, com grande enfase no movimento dos seringueiros no Estado do Acre, Brasil, liderado pelo sindicalista Chico Mendes na decada de 1980.
Allegretti (1989) ao discutir as Reservas Extrativistas, atenta para o fato de os seringueiros criarem os filhos extraindo o latex das seringueiras enquanto lutam diuturnamente em prol destas terras. A autora defende ainda, que deve existir uma proposta de exploracao racional para que se preserve a floresta, pois apesar da crescente mobilizacao em todo o mundo para salvar a floresta Amazonica, as perdas ambientais sao grandes, sendo necessario demonstrar a viabilidade economica, social e politica das reservas, planejadas e geridas a partir das comunidades que ali vivem.
Petrina (1993) descreve que, na decada de 1970, o movimento dos seringueiros se iniciou na arena politica brasileira onde de um lado, crescia e se organizava um novo modelo de ocupacao da regiao Amazonica cresce e do outro, despontavam formas originais de luta, que fizeram com que estes movimentos encontrassem entre os intelectuais, aliados importantes nas grandes cidades.
Em 1985, criou-se o Conselho Nacional dos Seringueiros, importante instrumento na configuracao da identidade politica dos seringueiros, que concediam um salto organizativo de uma base sindical de carater local para uma dimensao regional e nacional (CNS, 1985).
Nesse periodo, o movimento se ampliou na Amazonia e comecou a elaborar uma proposta extremamente original: as Reservas Extrativistas (Resex). Esta proposta recusa a propriedade individual da terra, sendo uma figura juridica em que a Uniao e a proprietaria formal, ficando o usufruto para o conjunto de familias que residem dentro dos seus limites, por meio de suas organizacoes comunitarias (Petrina, 1993).
A autora enfatizou que o movimento dos seringueiros, consagrado nas reservas extrativistas, continuou ameacada com ausencia de acoes e estrategias para o nao esvaziamento das resex, para as cidades, contribuindo desta forma para o aumento da pobreza e da exclusao social na vida urbana, vivendo em condicoes precarias de saude, educacao, moradia e falta de empregos.
Neste sentido a busca pelo desenvolvimento socioambiental das reservas voltado para a sustentabilidade, nao pode dissociar a relacao entre a saude, o ambiente e o desenvolvimento, em especial quando se referem as populacoes que vivem nestas comunidades, cujas dificuldades sao extremamente grandes e as politicas publicas voltadas para o homem da floresta sao muitas vezes insuficientes devido a complexidade da regiao (Allegretti, 2002).
As politicas de manutencao das reservas sao mais eficientes quando sustentadas em relacoes democraticas, pois auxiliam gestores a realizar mudancas dentro de cenarios demograficos e economicos, para melhor utilizacao dos recursos disponiveis (Newton; Endo; Peres, 2011). Em contrapartida, precarias condicoes de vida dos habitantes desses territorios condicionam atividades produtivas que causam degradacao ambiental e mesmo a politica ambiental das reservas sendo unica para todo o Brasil, as realidades sociais, economicas, ambientais e culturais sao heterogeneas (Riemann; Santes-Alvarez; Pombo, 2011; Florentino; Silva; Freitas, 2016).
Neste contexto e indispensavel que as politicas para os seringueiros da floresta Amazonica sejam elaboradas na perspectiva da sustentabilidade e que possam favorece-los em todas as suas dimensoes, porque o desenvolvimento sustentavel e multidimensional, incorpora diferentes aspectos da sociedade, buscando a protecao ambiental e manutencao do capital natural para alcancar a prosperidade economica e a equidade para as geracoes atuais e futuras (Kelly et al., 2004).
Neste sentido, Sen (2000, p.17 e 18) alerta para a importancia do desenvolvimento como promotor da liberdade:
"O desenvolvimento como expansao de liberdades substantivas dirige atencao para os fins que o tornam importante, em vez de restringi-la a alguns dos meios que, entre outras coisas, desempenham um papel relevante no processo. O desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de privacao de liberdade: pobreza e tirania, carencia de oportunidades economicas e destituicao social sistematica, negligencia dos servicos publicos e intolerancia ou interferencia excessiva de Estados repressivos."
Para o autor e inegavel o fato de que as oportunidades sociais facilitam a participacao economica, a esse respeito, nao se pode olvidar que entre as funcoes essenciais dos denominados estados sociais esta a tentativa de igualar minimamente os pontos de partida, objetivando alcancar uma igualdade de oportunidades entre os integrantes da sociedade, que propiciem efetivamente o livre desenvolvimento do individuo. Nesse aspecto a promocao dos direitos a saude e a educacao sao primordiais e desempenham papel estrategico na conformacao do desenvolvimento social da populacao, com repercussoes tambem na expansao economica de forma integral.
Nesta perspectiva o grande desafio e buscar os meios e instrumentos para a implementacao efetiva destes direitos, ainda que tal desiderato implique em a reformulacao dos modelos tradicionais de prestacao de assistencia, de modo a aumentar a participacao da propria sociedade, mediante o vinculo de solidariedade social.
Para que haja eficacia nos processos sociais e economicos e preciso observar as relacoes empiricas relevantes, particularmente as que sao mutuamente reforcadoras entre liberdades de tipos diferentes. Por meio destas inter-relacoes, a condicao de agente emerge como motor fundamental do desenvolvimento ja que, alem de constitui-lo, tambem fortalece outros tipos de agentes livres (Sen, 2000, p, 19).
Outro aspecto relevante se refere aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel (ODS), (Organizacao das Nacoes Unidas, 2015) que, sem duvida, sao prioridades bem-intencionadas. Para se colocarem em pratica tais objetivos, e preciso ter uma visao critica do modelo de desenvolvimento que tem prevalecido globalmente e perceber que questoes essenciais ficaram de fora dos ODS. A concepcao de desenvolvimento sustentavel nao foi suficientemente problematizada e aprofundada no documento, nem sequer na rodada de consultas (Diniz Alves, 2015).
A partir da interface entre os tres elementos social, ambiental e economico este artigo tem como objetivo descrever e analisar as dinamicas e os modos de vida dos povos da Floresta Amazonica em especial os seringueiros que habitam as unidades de conservacao, as chamadas Reservas Extrativistas, a partir do processo historico e das politicas para o desenvolvimento.
Breve panorama historico sobre as Unidades de Conservacao no Brasil
O direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado estabelecido no artigo 225 da Constituicao de 1988 pressupoe, conforme disposto no inciso III do seu paragrafo 1, a definicao e manutencao de espacos territorialmente protegidos em todas as unidades da federacao. Para tanto, e necessario possibilitar ao poder publico, as condicoes nao so para criar tais espacos, mas, sobretudo, para mante-los, tendo como fim especifico o de "criar condicoes melhores de vida humana pela conservacao de espacos povoados por outras especies animais e vegetais" (Leuzingeret al., 2001).
Neste contexto, a instituicao do chamado Sistema Nacional de Unidades de Conservacao (Lei no. 9.985/2000) foi um importante instrumento para a concretizacao da legislacao, constante do artigo 225 da Constituicao Federal do Brasil de 1988 (Derani, 2001).
As Unidades de Conservacao que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservacao instituido pela Lei no. 9.985/2000 dividem-se em dois grupos (artigo 7), com caracteristicas especificas. O primeiro grupo e denominado de Unidades de Protecao Integral, com o objetivo basico de preservar a natureza e nas quais e admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais (paragrafo 1) suas categorias sao: (Estacao Ecologica, Reserva Biologica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refugio da Vida Silvestre). Ja o segundo grupo e chamado de Unidades de Uso Sustentavel, e apresenta o objetivo primordial compatibilizar a conservacao da natureza com o uso sustentavel de parcela dos seus recursos naturais, (paragrafo 2) suas categorias sao: (Area de Protecao Ambiental, Area de Relevante Interesse Ecologico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentavel e Reserva Particular do Patrimonio Natural).
Esta diversidade de categorias das unidades de conservacao ocorre devido a multiplicidade de objetivos de conservacao que serao atendidos de forma prioritaria, ou nao, por cada uma delas, sendo que algumas poderao apresentar um significado mais ou menos relevante para a preservacao da biodiversidade e dos sistemas naturais (Milano, 2001).
Ao analisar as transformacoes ocorridas nas ultimas decadas com relacao as areas protegidas e populacoes destas comunidades, na America Latina, Dourojeanni (2001) chegou a conclusao que, apesar do aumento em numero e em superficie das mesmas, a proporcao das areas protegidas de uso indireto, ou estritamente protegidas, diminuiu em relacao aquelas que permitem o uso direto dos recursos naturais e aquelas onde a terra pode pertencer ao dominio privado.
Essa mudanca qualitativa, entretanto, nao e desejavel do ponto de vista da preservacao da biodiversidade, pois as unidades de conservacao de uso direto nao sao suficientes para tanto. Ainda de acordo com Dourojeanni (2001), deve-se aceitar que as unidades de conservacao de uso indireto tambem sao indispensaveis em qualquer estrategia onde se pretende aplicar os conceitos de desenvolvimento sustentavel e que as mesmas nao existem em numero e em superficie suficientes para o cumprimento de suas funcoes, em especial para a conservacao da biodiversidade. Deste modo, o ideal e a existencia das duas categorias de unidades de conservacao de modo que sejam complementares.
Alem do processo de criacao, as unidades de conservacao precisam ser efetivamente implantadas e manejadas, para que nao se tornem vulneraveis nao cumprindo seus objetivos (Milano, 2001; Padua, 2002).
O Brasil possui 334 Unidades de Conservacao (UC) federais geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservacao da Biodiversidade (ICMBIO), espalhadas em todos os Biomas Brasileiros - Amazonia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlantica, Pampa, Pantanal e Marinho e cuja area total somam 1.203.940.363,08 hectares e 14 Centros de Pesquisa e conservacao. (Painel Dinamico do ICMbio, 2019). Segundo o ICMBIO, dessas 334 UC, 150 sao UC de Protecao Integral e 184 sao UC de Uso Sustentavel (CMUC/MMA, 07/2018).
A Amazonia e a regiao do Brasil que mais possui UCs (128 de acordo com ICMbio, 2017). A construcao destas unidades na Amazonia e marcada nao pela Forest of disputes (Ioris, 2005) da populacao tradicional, mas, sobretudo, pela luta pela terra e pelo acesso e gestao de recursos naturais (Allegretti, 1992), baseada numa proposta de estatuto territorial resultante do processo de "lutas e experiencias acumuladas que tornaram possivel idealizar esse espaco" (Allegretti, 2002; Santos, 2015).
Na figura 1 e possivel verificar a classificacao das UC, detalhando o percentual de areas de cada categoria.
Figura 1: Unidades de Conservacao no BrasilICMbio, 2018 Area protegida (ha) UC segundo categoria de manejo PARNA 27,350,384 ARIE 34,088 ESEC 7,409,807 FLONA 17,081,063 REBIO 4,267,866 RE5EX 13,485,026 APA 91,659,626 RVS 293,470 MONA 11,686,140 102,619 Note: Table made from pie chart.
As reservas extrativistas surgem com a finalidade de gerar desenvolvimento social e protecao ao meio ambiente, objetivando tambem a inclusao social e economica das populacoes que vivem dentro ou no entorno dessas areas (Costa, Murata, 2015).
Para Silva (2007, p. 295-296) "Elas foram efetivamente a primeira grande sintese Amazonica moderna nao-indigena de um novo modelo de desenvolvimento humano local, associada ao ideario de preservacao dos ecossistemas naturais com base em areas protegidas." Elas tambem contribuiram para o surgimento e a intensificacao de conflitos sociais, economicos, culturais, etnicos (Silva, 2007; Silva, 2015; Silva; Simonian, 2015).
Segundo Costa e Murata (2015, p. 96):
[...] muitos dos conflitos socioambientais envolvendo grupos sociais e UC ocorrem devido a implantacao de unidades de Protecao Integral, de carater restrito a ocupacao e uso humano. Essas populacoes sao entao realocadas ou indenizadas e precisam restringir seu uso e acesso a alguns recursos naturais. Sendo essas atividades praticadas consuetudinariamente e, sendo essas populacoes detentoras dos direitos da propriedade, cria-se um conflito e um debate entre essas duas vertentes.
Muitos conflitos emergiram a partir da criacao das reservas extrativistas da intervencao mais macro e intersetorial das politicas publicas para UC e a precaria situacao das areas: educacionais, de moradia, de saneamento basico, problemas de saude, assistencia tecnica para gestao da producao agricola sustentavel e regularizacao fundiaria (Silva, 2007; Costa, 2014).
A realidade vivenciada pelas comunidades nas Reservas Extrativistas em funcao de sua sobrevivencia nos seus territorios, e pela necessidade de se apropriar do processo de gestao ambiental institucionalizado pelo Estado a partir da decretacao da Reserva, determina o funcionamento da "gestao compartilhada." O "poder" das comunidades sobre suas vidas que historicamente eram conduzidas por si mesmas, agora tem que dividir a gestao de seu territorio com o orgao ambiental e outras instituicoes.
Considerando o que define Loureiro e Cunha:
Autonomia significa estabelecer condicoes de escolha em que nao haja tutela ou coercao. Ou seja, condicoes em que os sujeitos (individuais ou coletivos) nao sejam dependentes de outrem para conhecer e agir, seja o Estado, o partido, uma elite economica, politica ou intelectual, um filantropo ou uma empresa. Isto nao significa que formas institucionais nao sejam necessarias para a acao em sociedade e para a conformacao de uma nacao, pelo contrario, mas sim que tais formas devem subordinar-se aos interesses e necessidades dos grupos sociais (LOUREIRO e CUNHA, 2008, p. 240)
O discurso de unidades de uso sustentavel perde credibilidade, uma vez que a pobreza economica, a exclusao social e a degradacao ambiental se tornam pertinentes (Hall, 2004). Essa deterioracao organizacional das Resex modificou a ordem produtiva de tal modo que as atividades complementares se tornaram prioritarias. A passagem do seculo XX ao XXI assistiu a expansao da atividade pecuaria nas unidades de uso sustentavel (Pantoja; Costa; Postigo, 2009).
Nao se formou uma coalizao social capaz de transformar a biodiversidade, os produtos e os servicos ecossistemicos da exploracao florestal em reservas sustentaveis (Abramovay, 2010).
Esse contexto nos leva a indagar: por que os objetivos de conservacao ambiental das unidades de conservacao e desenvolvimento social ainda nao se consolidaram nas Resex? O que os estudos tem demonstrado sobre essa questao de produzir e conservar? O modelo de gerenciamento das Resex tem se mostrado eficiente? E as populacoes locais, como tem se comportado ao longo dos anos apos a criacao das Resex? Porque se a Resex e uma unidade de conservacao de uso sustentavel, espera-se que ela tenha esse desenvolvimento.
A partir desses questionamentos, essa pesquisa traz resultados das atuais dinamicas para as politicas de conservacao ambiental da Amazonia e desenvolvimento social que nao sao tao satisfatorias enquanto politicas sociais, bem como considera temas relacionados a biodiversidade, ao extrativismo, a producao, e a manutencao das populacoes extrativistas.
Materiais e metodos
1 Delineamento
Trata-se de um estudo de campo do tipo transversal e descritivo, com abordagem qualitativa realizado no periodo de marco de 2017 a junho de 2018.
2 Areas de estudo
O Estado de Rondonia tem vinte e uma reservas extrativistas estaduais e quatro federais que foram eleitas para este estudo: Resex Barreiro das Antas e Resex Rio Cautario localizadas no municipio de Guajara-Mirim, Resex Lago do Cunia no municipio de Porto Velho e a Resex Rio Ouro Preto localizada entre os municipios de Nova Mamore e Guajara-Mirim (Figura 2).
Na tabela 1 podem-se observar os dados de cada uma das referidas reservas, para que se tenha uma dimensao detalhada.
Em se tratando dos procedimentos tecnicos, este trabalho adotou a analise de conteudos e a descricao-analitica, de forma a atender as etapas da investigacao da pesquisa (Bardin, 2009).
Como instrumentos para coleta de dados, utilizaram-se questionarios, entrevistas e diario de campo. Participaram da pesquisa os moradores das comunidades (extrativistas) e o responsavel familiar de cada familia foi convidado a responder um questionario e uma entrevista sobre as questoes socioambientais, economicas e culturais das reservas.
A amostragem para a populacao de extrativistas (seringueiros) foi efetuada pelo calculo amostral realizado pela Formula de Barbetta, (Barbetta, 2010). Foram calculados Intervalos de Confianca (IC) a 95% para todas as estimativas.
Quanto a analise dos dados (Bardin, 2009), evidencia conclusoes mais efetivas, pois se baseia em categorizacoes, interpretacoes e observacoes, que descreve que o objeto principal e a interpretacao, pois interpretar tem a ver com descobrir sentidos e como compreende-los. E, como os sentidos das coisas podem ser pensados de varios modos diferentes, existem diversas maneiras de pensar as atividades interpretativas.
Segundo Galiazzi (2003), as analises e descricoes dos conteudos devem estar alicercadas em uma leitura de forma critica, na qual buscou uma explanacao mais abrangente, de forma que a investigacao possa contribuir melhor para uma realidade mais equacionada.
O projeto foi aprovado pelo Comite de Etica em Pesquisa da Universidade Tiradentes (UNIT), sob o parecer Numero 2061035.
Resultados e discussao
Foram entrevistadas 155 chefes de familias, distribuidas nas 4 reservas extrativistas estudadas, sendo 52% (n=80) da reserva Rio Ouro Preto, 40% (n=62) reserva lago do Cunia, 7% (n=11) reserva do Rio Cautario e apenas 1% (n=2) da Reserva Barreiro das Antas.
A partir das consideracoes das entrevistas e da organizacao dos dados foi possivel descrever a trajetoria, as lutas, os empates, as conquistas e perspectivas dos extrativistas que construiram suas historias de vida com dificuldades, marcadas pela exclusao da propria sociedade e do Estado, deixados na selva Amazonia sem condicoes basicas de sobrevivencia digna do ser humano.
Como norteador do estudo, delinearam-se os dados economicos (tabela 2), referente aos rendimentos mensais: geral da pesquisa realizada e os rendimentos por cada uma das reservas pesquisadas. Para uma analise mais elaborada na (figura 3) e possivel perceber a discrepancia entre as reservas.
Figura 3: Rendimento mensal geral e por reserva. Rendimento Mensal Ate 1SM 1 a 2SM 3 a 4SM Geral 78% 19% 3% Cautario 100% 0% 0% Rio Ouro Preto 69% 29% 3% L ago do Cunia 89% 10% 2% B arreiro das Antas 50% 0% 50% Note: Table made from bar graph.
Em aspectos gerais observe-se a renda mensal das familias de todas as reservas estudadas (78%) sobrevivem com o valor menor que o salario minimo brasileiro, e detalhando cada reserva extraimos da seguinte forma: Resex Rio Cautario (100%) sobrevivem com menos de um salario minimo, a Resex Lago do Cunia (89%), a Resex Rio Ouro Preto (69%) e Resex Barreiro das Antas com (50%), valor desta devido as familias receberem beneficio por idade. Pode-se perce
Ao focalizarmos a complexidade de sujeitos, historias, movimentacoes, conflitos e sociabilidades, e valido questionar em que perspectiva a relacao entre pesquisador e pesquisado pode auxiliar a interpretar interacoes e relacoes cotidianas dos diferentes modos de vidas e sobrevivencia na Amazonia, na construcao de suas vidas, muitas ou quase todas as vezes ofuscadas pela incompreensao, pela exclusao, pela falta de apoio em suas demandas, e esquecendo que sao Eles, os guardioes da floresta.
Pelos dialogos estabelecidos durante as entrevistas foi possivel verificar sem sombra de duvidas, apesar de todas as adversidades, o amor por manter a floresta conservada e preservada e o esforco de continuar a trajetoria em favor da conservacao e preservacao da floresta, no sentido de protege-las de outras representacoes, como invasores de terras, grileiros, pecuaristas.
Partindo de uma concepcao ampla de comunicacao que incorpora fazeres em comunhao, disputas e modos de ver e viver (Williams, 2011) em outras palavras, dialogos como pratica cultural, indagamos: como podem ser percebidos como populacoes fundamentais no proposito de lutas desde a decada de 1970, como podemos citar Chico Mendes...
"No comeco pensei que estivesse lutando para salvar as seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazonica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade" (Mendes, 1985).
Que matrizes teoricas desse pensamento Amazonico poderemos nos apropriar para aprofundar compreensoes sobre a dialogicidade, seus processos comunicacionais mediados ou nao em nossa realidade ? Nesse contexto, alguns questionamentos ainda sao necessarios, como quais seriam as singularidades dos processos dialogicos amazonicos e de que forma estas trajetorias historicos poderiam ser mediadas, permitindo trazer a tona a diversidade de cenarios e sujeitos em suas mais diversas experiencias (Torres, 2005).
As questoes antropologicas, por sua onipresenca na vida social, se cruzam com questoes geopoliticas, culturais, etnicas e economicas, como nos mostram Hall (2003; Restrepo; Walsh; Vich, 2010). Entende-las e se posicionar sobre elas e fundamental para que a Amazonia se liberte da condicao periferica a que esteve historicamente relegada. Sem pretender responder a esse conjunto de indagacoes, mas interessados em refletir sobre a atualidade (Stuart Hall, 2004)
Na atualidade, essa luta e continua e ocorre nas linhas complexas da resistencia e da aceitacao, da recusa e da capitulacao, que transformam o campo da cultura em uma especie de campo de batalha permanente, onde nao se obtem vitorias definitivas, mas onde ha sempre posicoes estrategicas a serem conquistadas ou perdidas. (Hall, 2003: 255).
O signifcado economico das praticas locais (Graham e Gibson, 1996) sao torna-las visiveis das diferencas culturais e ambientais que poderiam servir de base para alternativas, faz-se necessario reconhecer que suas dinamicas estao indissoluvelmente vinculadas a concepcoes de localidade, de lugar e de uma consciencia baseada no lugar. O lugar como a cultura local pode ser considerado "o outro" da globalizacao, de maneira que uma discussao do lugar deveria oferecer uma perspectiva importante para repensar as questoes as alternativas em relacao ao capitalismo e a modernidade.
Como descreveu Dirlik (2000), o lugar e a consciencia baseada no lugar tem sido marginalizados nos debates sobre o lugar e o global. Isto e duplamente lamentavel porque, por um lado, o lugar e central no tema do desenvolvimento, da cultura e do meio ambiente, e e igualmente essencial, por outro lado, para imaginar outros contextos para pensar acerca da construcao da politica, do conhecimento e da identidade.
Talvez nas analises de Dirlik sejam fundamentais em relacao as consequencias do abandono do lugar, por categorias atuais da analise social tais como classe, genero e raca e ambiente, que fazem com que essas categorias sejam suscetiveis de transformar-se em instrumentos de vulnerabilidade e invisibilidade social.
Diante do exposto, a diversidade e ao mesmo tempo peculiaridades regionais e locais, focalizam dois importantes vieses para a vida das Resex e seus habitantes, o primeiro, os processos dinamicos e multifacetados de construcao de identidades se sintonizam com pessoas e lugares nas condicoes geo-historicas, socioculturais e simbolicas em que vivem e o outro, as formas de dialogos e a exclusao das dominacoes, das disputas, e que sejam assumidas formas de negociacoes e ressignificacoes nesses quadros, permitindo e valorizando as experiencias vividas por diferentes agentes historicos nestes ambientes, dando importancia para o entendimento contextualizado e politico das praticas socioculturais na Amazonia.
Porque os aspectos historicos, economicos e sociais constituem um campo interdisciplinar que atua entre a tendencia para abranger tanto uma concepcao ampla de cultura, quanto uma concepcao humanista. Sao interpretativas e avaliativas em seus metodos e rejeitam a equacao exclusiva de uma cultura ter maior valor que outra e argumentam que todas as formas de producao cultural precisam ser estudadas e analisadas em relacao a outras praticas antropologicas e as estruturas sociais e historicas. Assim, comprometidos com o estudo de todas as artes, crencas, instituicoes e praticas dialogicas de uma sociedade. (Nelson; Treichler; Grossberg, 1995: 13)
Sobre a nocao de representacao, cabe destacar que esta e considerada uma "nocao chave" das ciencias humanas (Ruano-Borbalan, 1993), para o entendimento dos modos de vidas das populacoes tradicionais, em especial as remanescentes dos seringais amazonicos, porque, as representacoes sao consideradas consensualmente importantes, atravessando a historia e as mais diferentes correntes de pensamento sobre o social.
Para (Moscovici, 1978), as representacoes sao fenomenos complexos que se organizam como um saber acerca do real, reconhecendo que as representacoes sao ao mesmo tempo geradas e adquiridas: "nao sao os substratos, mas as interacoes que contam" (Moscovici, 1989, p. 82).
Como pilares fundamentais dessa formulacao estao a originalidade do pensamento coletivo sobre a soma dos pensamentos individuais (herdada do percurso teorico iniciado por Emile Durkheim), a nocao de que sujeitos sociais constroem significados e conhecimentos, como sujeitos ativos e produtores (inaugurada pelos estudos de Jean Piaget), e a ideia de que saberes sociais nao sao desprovidos de afetos (incorporada mediante a influencia freudiana). Como consequencia epistemologica fundamental, constata-se a quebra das barreiras entre as ciencias humanas: nao e possivel conhecer o ser humano sem considera-lo inserido em uma sociedade, em uma cultura, se apropriando e interagindo com um ambiente, em um momento historico, e em dadas condicoes politicas e economicas.
Neste sentido, assume-se que nesta abordagem o fenomeno das representacoes sociais esta ligado aos processos sociais implicados com diferencas na sociedade, se articulando tanto com a vida coletiva, como com os processos de constituicao simbolica nos quais sujeitos sociais lutam para dar sentido ao mundo, para entende-lo e nele encontrar seu lugar, atraves de uma identidade social. Ademais, as representacoes sociais assim entendidas atuam fundamentalmente como guias para a pratica, isto e, orientam as acoes e as relacoes sociais, assentando-se neste aspecto uma de suas principais contribuicoes aos estudos de dinamicas socioambientais.
Ainda, as representacoes sociais carregam consigo as marcas das trajetorias, valores e interesses dos grupos sociais chamados a interagir acerca de um objeto comum, veiculando suas divergencias e contribuindo para que as respectivas atitudes e disposicoes com relacao a esse objeto sejam reelaboradas.
Assim, pode-se considerar que as representacoes sociais exercem um papel de mediacao entre os grupos sociais. Contudo, nao e sem conflitos que se da essa mediacao. Entende-se por conflitos ambientais aqueles envolvendo grupos sociais com modos diferenciados de apropriacao, uso e significacao do territorio, tendo origem quando pelo menos um dos grupos tem a continuidade das formas sociais de apropriacao do meio que desenvolvem ameacada por impactos indesejaveis decorrentes do exercicio das praticas dos outros grupos (Acselrad, 2004).
Conclusao
Ao finalizar o estudo as lentes do processo social, economico, ambiental e cultural, e a partir da decada de 1970, quando os povos da floresta, (seringueiros), iniciaram os movimentos de reconhecimento como pessoa e guardioes da floresta, concretizados no inicio dos anos de 1990 com a legitimidade das primeiras reservas extrativistas no Brasil, pode-se durante o trabalho de campo reconhecer a situacao vulneravel e de exclusao que ainda sobrevivem.
Com politicas muitas vezes nao eficientes, que poderiam dar visibilidade aos povos da floresta, suas historias e cultura, e o que se observa e a invisibilidade aos olhos da sociedade e do Estado, e a construcao de vida aliada ao desenvolvimento precisa ser emergente, de modo ao nao esvaziamento das reservas e a perda da cultura, consequentemente o exodo para a vida urbana contribui em niveis maiores para a exclusao, a pobreza e a falta de oportunidades. Pois a exclusao gera a opressao, e o oprimido sera no futuro o opressor, pois sem condicoes basicas, o caminho a ser percorrido por eles, muitas vezes nao sera o melhor.
Ao buscar respostas para tantos momentos de vidas, de sofrimentos, de historias, de privacao, e injustificavel aos guardioes da floresta, sentir-se hoje. mais excluidos que nos tempos dos chamados seringais.
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Rogerio Delbone Haddad (1), Maria Delbone Haddad (2), Claudia Moura de Melo (3), Rubens Riscala Madi (3) y Andressa Sales Coelho (3)
Recibido: 16-12-2018 / Aceptado: 09-02-2019
(1) Instituto Federal de Educacao, Ciencia e Tecnologia de Rondonia. Porto Velho, Brasil. E-mail. haddad-rog@hotmail.com
(2) Governo do Estado de Rondonia. Porto Velho, Brasil
(3) Universidade Tiradentes. Aracaju/Sergipe, Brasil.
Tabela 01--Informacoes Gerais sobre as RESEX Nome Hectares Familias Populacao Barreiro das Antas 106.197,74 12 familias 40 pessoas Lago do Cunia 50.603,84 100 familias 273 pessoas Rio Cautario 75.124,93 11 familias 22 pessoas Rio Ouro Preto 204.631,55 157 familias 583 pessoas Nome Municipio Barreiro das Antas Guajara-Mirim Lago do Cunia Porto Velho Rio Cautario Guajara-Mirim Rio Ouro Preto Guajara-Mirim/ Nova Mamore Fonte: ICMBIO 2017 Tabela 2--Rendimento Mensal por familias nas Resex Rendimentos Geral Cautario Rio Ouro Preto Lago do Cunia Barreiro das Antas Ate 1SM 78% 100% 69% 89% 50% 1 a 2SM 19% 0% 29% 10% 0% 3 a 4SM 3% 0% 3% 2% 50% *SM:--Salario Minimo Brasileiro: R$996,00(Reais)/ $250,00 (Dolares)